Procedimentos
Bypass Gástrico
(Gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”)
Estudado desde a década de 60 e popularizado a partir da década de 80 pelos trabalhos dos pesquisadores Raphael Capella e Mathias Fobi, o Bypass Gástrico (também conhecido como técnica de Fobi-Capella) é a técnica bariátrica mais praticada no Brasil, o que se deve tanto à sua segurança como à sua eficácia. Nesse procedimento, é feito o grampeamento de parte do estômago (o que reduz o espaço disponível para o alimento de 2000 ml para 50 a 80 ml), assim como um desvio da parte inicial do intestino delgado (o que reduz a absorção de alimentos, causa saciedade mais precoce e promove alteração hormonal que diminui a fome e causa outras modificações no perfil metabólico dos pacientes).
Essa somatória de mecanismos é o que leva ao emagrecimento e contribui para o controle do diabetes e outras doenças, como a hipertensão arterial, esteatose hepática (gordura no fígado) e apnéia do sono.
Sleeve
(Gastrectomia Vertical)
Nesse procedimento, o estômago é transformado em um tubo com capacidade de 80-100 ml. Não há nenhuma abordagem sobre o intestino, mas esta intervenção também provoca boa perda de peso, comparável à do Bypass Gástrico. É um procedimento praticado desde o início dos anos 2000. Tem boa eficácia sobre o controle da hipertensão, colesterol e triglicérides.
Outras operações
Além do Bypass Gástrico e do Sleeve existem outros tipos de procedimentos que podem ser adotados no tratamento da obesidade grave, como as cirurgias disabsortivas (Duodenal Switch e Cirurgia de Scopinaro) e a banda gástrica ajustável. No entanto, eles são muito pouco utilizados em nosso meio.
Lembre-se de que todas as técnicas cirúrgicas têm suas características, vantagens e desvantagens que serão esclarecidas na consulta médica.
E quais são os riscos da operação?
O risco de complicações associadas à cirurgia bariátrica depende de vários fatores, incluindo idade, grau de obesidade, presença de comorbidades, assim como o procedimento utilizado. As principais complicações são:
- Trombose venosa e embolia pulmonar;
- Fístula;
- Infarto do miocárdio;
- Infecção;
- Sangramento;
- Hérnia;
- Distúrbios nutricionais e metabólicos;
- Alterações psicológicas.
Os pacientes que possuem índice de massa corpórea muito alto têm maior risco. Habitualmente, já é solicitado a todos os pacientes que percam algum peso antes da cirurgia, mas isso é especialmente importante para os superobesos (IMC acima de 50 kg/m2). Alguns pacientes devem ficar no CTI durante o pós-operatório, mas esse procedimento não é rotina e, em geral, está relacionado a questões respiratórias como apneia do sono grave.
A mortalidade nesse tipo de cirurgia é menor que 0,5%. Portanto, é importante esclarecer que o risco do tratamento é pequeno quando comparado às suas vantagens para o paciente.
Com a cirurgia marcada, o que fazer?
Após marcar a data para a cirurgia deve-se atentar para algumas questões:
- Confira se todas as pendências administrativas foram resolvidas, como autorização pelo convênio, escolha do acompanhante, aquisição da medicação pré-operatória, etc;
- Utilize as medicações e respeite as orientações dietéticas e o horário de jejum, conforme prescrito pelo cirurgião e anestesiologista;
- Leve para o hospital todos os exames e laudos, assim como o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;
- Leve para o hospital as meias compressivas receitadas: elas serão usadas desde o momento da sua cirurgia e só poderão deixar de ser usadas com a autorização do cirurgião (o que costuma ocorrer em torno de 20 dias).